ACERVO MUSICAL | Consulado da Portela de SP
 

NELSON TRIGUEIRO

NELSON TRIGUEIRO

07/10/1913 - RIO DE JANEIRO - RJ


Compositor.

Filho de Albino Joaquim Trigueiro e Alice Trigueiro, nasceu no bairro carioca de Vila Isabel. Fez o curso primário em Nova Iguaçu, onde passou a morar desde os três anos de idade. Aos 13 anos empregou-se no comércio, a princípio no balcão de um armarinho, depois no de uma padaria. Aos 17 anos, começou a trabalhar como mata-mosquitos, função que exerceu até os 21 anos de idade.

Em 1934, empregou-se como artífice em uma fábrica de cordas, onde permaneceu por aproximadamente um ano. Em 1935, tornou-se escrevente do cartório do 9º Ofício em Nova Iguaçu, onde chegou a ser tabelião-substituto. Em 1943, foi nomeado despachante da Prefeitura, cargo que exerceu até 1958.

Em 1947, fundou a "Edições musicais samba". Em 1954, fundou a etiqueta de discos "Ritmo", distribuindo sua atividade profissional entre a etiqueta de discos, serviços esporádicos de despachante e a composição.

Em 1958, vendeu a "Edições Musicais samba" ao compositor Fernando César.

Começou a compor com 17 anos de idade, estreando oficialmente em 1934 com "Minha Guanabara", cantada por Odete Amaral no programa "Horas Cariocas", da Rádio Guanabara.  Dois anos mais tarde, concorreu como cantor  em um programa lançado pela Rádio Guanabara, interpretando "Noite e dia", versão de Lamartine Babo de "Night and Day", de Cole Porter. Em 1938, teve suas primeiras composições gravadas,  os sambas canção "História triste" e "Quero sorrir, quero mentir", interpretadas por Carmen  Barbosa na Victor.  Para o Carnaval de 1939 compôs "Eu vim lhe procurar", gravado por Aracy de Almeida e  "Deve ser amor", em parceria com J. B. de Carvalho, que a gravou na Victor. Em parceria com Paulo Pinheiro compôs neste mesmo ano "Adeus favela", sucesso na voz de Carmen Barbosa. Em 1940, Cyro Monteiro gravou na Victor sua marcha "Morena brasileira", parceria com Miguel Lima. Em 1945, estreou como cantor em disco  Continental, carreira que não levaria adiante. Em seu único disco gravou o samba "Saudade da Mangueira", de sua parceria com Bartolomeu Silva e a marcha "Os bigodinhos", de sua autoria. No mesmo ano, Elvira Pagã fez sucesso com seu samba "Na feira do cais dourado", parceria com Nelson Teixeira. Em 1946, formou o Quinteto Copacabana, conjunto vocal integrado por Oscar Belandi, Joab Teixeira, Valter Pacheco e Itamar de Oliveira, chegando a gravar um disco na etiqueta "Rio". O conjunto estreou no Programa Casé, da Rádio Mayrink Veiga, passando depois para a Rádio Globo. Ao findar o contrato com a Globo, abandonou o conjunto que passou a ser dirigido por Oscar Belandi, com o  nome de "Quarteto Guanabara". Para Dick Farney  fez "Meu Rio de Janeiro",  composição por ele considerada sua obra-prima. Em 1977, produziu o LP "A Tropicalíssima", da cantora Odete Amaral, para o selo Olympic/Crazy, no qual foram interpretados três sambas de sua autoria: "Por Que Você Mentiu", com José Neder; "Peço Silêncio", com Guilherme de Almeida, e "Deixa Passar o Meu Samba", com Fausto Farias.

Adeus, favela (c/ Paulo Pinheiro)
Deixa Passar o Meu Samba - com Fausto Farias
Deve ser amor (c/ Paquito)
Eu vim lhe procurar (c/ Paquito e F. Santos)
História triste
Meu Rio de Janeiro (c/ Oscar Belandi)
Minha Guanabara
Morena brasileira (c/ Miguel Lima)
Morena sem rival
Na feira do cais dourado (c/ Nelson Teixeira)
Nós, os bigodinhos
Os bigodinhos
Peço Silêncio - com Guilherme de Almeida
Por Que Você Mentiu - com José Neder
Quero sorrir, quero mentir
Saudades de Mangueira (c/ Bartolomeu Silva)

(1945) Saudade da Mangueira/Os bigodinhos • Continental • 78